quinta-feira, dezembro 13, 2007

quase

Uma fronteira ténue mas dolorosa entre o aqui e o ali, entre o que consigo e o que desejo, entre a realidade e o sonho. O quase ter, o quase fazer, o quase...faltava o quase.


"O quase: regime atroz do amor, mas também estatuto decepcionante do sonho - a razão pela qual detesto os sonhos."

Roland Barthes in "A Câmara Clara"

segunda-feira, dezembro 10, 2007

6 graus

Só ontem me apercebi do significado do nome desta série. Existe uma teoria intitulada de teoria dos seis graus de distância que defende que são necessárias apenas seis ligações para que quaisquer duas pessoas no mundo estejam ligadas de alguma forma. Aquela história do primo do amigo da irmã do conhecido do meu colega. Acho engraçado isto das coincidências, dos destinos interligados, das pessoas fazerem parte da vida uma das outras de alguma maneira. Sem se aperceberem, sem sequer tendo a intenção de o fazer, jogam com as circunstâncias e logo com as suas escolhas e decisões. Saber que se calhar a nossa vida está a ser influenciada por um chinês qualquer que vive na outra ponta do mundo. Estranho, hã? Eu até lhe acho uma certa piada... tudo porque não sei quem é o raio do chinoca que anda a "controlar" a minha vida. Senão aí sim, o caso mudava de figura.

domingo, dezembro 09, 2007

anatomia de grey

"Ás vezes o que queremos, é mesmo o que precisamos (...) às vezes o que precisamos, é de um novo plano"

Sorri.

sábado, novembro 24, 2007

a lei da atracção

Dizem que se tivermos uma atitude positiva perante a vida, que só receberemos tudo de bom. Uma espécie de retribuição do universo, de teoria do "karma" ou algo parecido com a expressão "what goes around comes around".
Tudo bem, para mim serve.

sexta-feira, novembro 23, 2007

o (constante) regresso

olhos fechados. respirar devagar. ouvir o momento. sentir o silêncio. sugar a emoção. abrir os braços agarrar a vida prendê-la ao peito senti-la perto afogá-la na esperança segredar-lhe ao ouvido a falta que fez aqui perto prender-lhe os sentidos fechar-lhe as saídas beija-la devagar olhá-la por dentro prendê-la por fora tocá-la bem fundo levá-la ao limite e dizer-lhe baixo, bem baixinho com uma doçura fresca em tom de ameaça- Vem, fica. Estive à tua espera.

quinta-feira, novembro 22, 2007

jogos

Existe uma teoria realizada por Von Newman que diz que as ligações que estabelecemos uns com os outros são uma espécie de "jogos", estes podem ser de soma nula ou de soma não nula. Os primeiros dizem respeito por exemplo a relações de amizade em que existe reciprocidade no que toca a sentimentos; geralmente neste "jogo" nenhum dos indivíduos está num nível superior a outro. No caso do segundo, tratam-se de relações entre empregado/patrão por exemplo. Um tem sempre um nível de poder e comando superior ao outro.

São jogos com números, números que desta vez não têm nada que ver com contas de matemática. Jogos em que se medem as emoções, as acções e reacções, em que o posto em que se está pode realmente fazer a diferença. Jogos que hiererquizam as relações, em que se contabilizam a força, o poder, a valentia, a fraqueza, todas as lágrimas ou risos.

São só jogos, não os levemos demasiado a sério, não é?

sexta-feira, outubro 26, 2007

As corridas

Ele hoje disse-me que tem passeado, que tem andado por aí como sempre o fez. Ele hoje disse-me que tem estado por perto, que nos tem feito companhia mesmo sem o sabermos. Ele hoje disse-me que a quinta e os cãezinhos lá continuam, que a garagem lá vai andando e que há mais uma corrida que não pode perder. Ele hoje disse-me que tem estado em festas de anos, em épocas especiais, ou naquela simples e deliciosa conversa de rua, de café, de ocasião, onde contávamos com a sua presença. Ele hoje disse-me que ainda ouve o ruído da estrada, sente a pressão das mãos no volante, a adrenalina a correr no espírito, os gritos da multidão, a ansiedade pela meta. Ele hoje disse-me, em tom de confissão, o quanto aprecia o seu sonho permanecer vivo naqueles que o acompanharam na doce rapidez dos tempos. Ele hoje disse-me tudo o que eu sei que diria. Ele está mais que nunca vivo dentro de nós e acima de tudo vivo dentro do seu próprio sonho de velocidade, vida, de muita paixão, esses que nunca se desvanecem e que, como hoje, vemos serem representados noutras situações. É assim que nos deparamos com o seu típico sorriso mesmo diante de nós...o tio Fefé.

sexta-feira, outubro 19, 2007

A curva da alegria

Sabem aquela altura óptima na nossa vida que começamos a sentir que tudo pode ficar bem? Que ainda há tanta magia pela frente?
A minha avó Águeda chamava curva da alegria à parte do Marão em que se começava a avistar Vila Real. Foi a minha mãe quem me contou esta história à qual eu sempre achei imensa graça e decidi intitular-lhe erradamente de "curva do riso"(engraçadas as analogias das crianças...).
Mas ontem, pela primeira vez, quando vinha a caminho da "bila", apercebi-me de que o nome para aquela curva não podia ter sido melhor escolhido. Apercebi-me da alegria que é a cidade, as situações e as pessoas nos abraçarem devagar e em segredo à medida que contemplamos o lugar que nos viu crescer. A alegria de saber que chegámos e que não importa para onde vamos ou o que quer que façamos, seremos sempre bem recebidos e sentiremos o conforto de saber que após uma longa e estafante viagem, chegámos, finalmente, a casa.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Tiago Bettencourt, Canção Simples

Gostei desta comparação, deste elogio: fazes muito mais que o sol. Também sinto que há coisas que tocam sem estarem por perto, que nos fazem bem estando longe. Há coisas que nos aquecem por dentro como o sol o faz por fora.

CANÇÃO SIMPLES

(...)
Tens os raios fortes a queimar
Todo o gelo frio que construí.
Entras no meu sangue devagar
E eu a transbordar dentro de ti.

Tens os raios brancos como um rio,
Sou quem sai do escuro para te ver,
Tens os raios puros no luar,
Sou quem grita fundo para te ter.

Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais que o sol.
Fazes muito mais...

Quero ver as cores que tu vês
Para saber a dança que tu és.
Quero ser do vento que te faz.
Quero ser do espaço onde estás.

Deixa ser tão leve a tua mão,
Para ser tão simples a canção.
Deixa ser das flores o respirar
Para ser mais fácil te encontrar.
(...)

terça-feira, outubro 16, 2007



Sorriem, dão a mão, apertam-na decididos. Zangam-se, fazem birras e abanam com força aquelas perninhas que mais parecem umas canetas. São pequeninos, cabem nos nossos braços e cheiram bem... e eu sou a tia e ainda não dá para acreditar no título. E são MEUS sobrinhos e também não dá para acreditar. Lindos, especiais os nossos bolinhas...

São dias assim

"Qualquer ligação pressupõe uma desligação. O on não faz sentido sem o off e vice versa"
Ouvi, compreendi, racionalizei, assimilei. Mas não gostei, de todo. Porque que é que aquilo que mais prezo neste mundo, que são os sentimentos, as emoções, aquela química invisível que passamos secretamente uns para os outros, está destinada a desaparecer tão espontaneamente quanto aparece? E será que é assim tão bom por sabermos que um dia pode acabar? O prazo é o que nos faz aproveitar ou seríamos igualmente felizes (ou ainda mais) se tivéssemos todo o tempo para experiências, momentos, situações incrivelmente diferentes e igualmente carregadinhas de intensidade? Os segundos, os minutos, as horas e os dias que passam estão afinal do nosso lado ou são apenas mais uma invenção nossa que nos faz pensar mais e sentir menos? Estaremos nós a antecipar desligação das nossas ligações?...

apetites

Não vivo para escrever nem escrevo para viver. Vivo para viver e gosto de escrever quando sinto que tudo está bem ou que tudo parece correr tão mal. Ou quando simplesmente me apetece transmitir por palavras algo que quer sair daqui de dentro. Ou quando me apetece e pronto. Não sou artista mas faz-me bem, é só.

quinta-feira, outubro 11, 2007

21 gramas

o peso da alma o peso das memórias o peso dos risos e dos choros o peso do toque o peso do pensamento o peso do olhar e do respirar o peso dos amores e desamores o peso da tristeza o peso do desespero o peso da alegria e da felicidade o peso da compaixão o peso da entrega o peso dos objectivos e das metas o peso da vingança o peso do orgulho o peso do preconceito o peso do coração acelerado o peso do engolir em seco o peso da euforia o peso das descobertas e dos mistérios o peso de um flashback o peso de um momento um peso de vários momentos o peso daquele calor interior o peso daquilo que somos o peso da vida

sábado, setembro 22, 2007

O capacete dourado


O típico rapaz rebelde, popular que não quer saber de nada nem de ninguém. A típica rapariga inocente, frágil e racatada que espera por algo superior. O típico amor inesperado que acaba por transformar as duas personagens que se vão moldando um à outra. O resultado: um filme que mostra que acima de tudo é necessário viver. Seja num grande cidade, ou numa pequena como Vila Real. Viver com toda a intensidade.

As imagens, os sons, os sentidos apurados a sugarem a cada segundo as emoções e sentimentos que transbordam, descuidados, do nosso corpo. E em vez de deixarmos as memórias para trás, cobertas de pó, voltamos ao passado e vivemos tudo com mais intensidade porque agora sim, temos a certeza que o que passou valeu mesmo a pena.

Vemos a nossa vida de longe representada noutras personagens, vemos os mesmos sitíos que frequentávamos de longe, com saudade, ouvimos os mesmos sons e de repente parece que revivemos situações que tantas vezes desejámos que pudessem repetir-se uma e outra vez.

Hoje percebi que o processo de fazer um filme é bastante semelhante ao de escrever. É o acto de tentar mostrar o que sentimos, ao mesmo tempo que fazemos um esforço para que os outros entendam o que tentamos explicar, identificando-se de algum modo com a nossa história. É uma universalidade única, uma generalização peculiar. Uma estranha maneira de mostrar que apesar de sermos todos diferentes, de cada um ter as suas vivências únicas, conseguimos identificar-nos num sorriso especial, num olhar inquietante, num abraço quente, numa situação familiar. Todos diferentes sendo tão deliciosamente iguais.

domingo, agosto 26, 2007

Carta aos bolinhas

Olá Amélia, olá António. Sei que neste momento só se preocupam em comer, embirrar e dar pontapés (e assim será nos próximos tempos) mas tenho algumas coisas para vos dizer. Primeiro que têm uma mãe mandona e sorridente e que o vosso pai é um crente na cultura portuguesa, eternamente apaixonado pelo grande cantor Jorge Palma que um dia (esperemos) acabarão também por apreciar. Têm também três tios e uma tia. Mas os tios ficam para outra história...eu sou a vossa tia. Há tanto para dizer e contar que não tenho bem a certeza por onde começar para não vos deixar confusos. O mundo é complicado. Mas se olharmos de longe com distanciamento e optimismo ele acaba por se assemelhar bastante simples.
Primeiro, existirão um monte de princesas e príncipes, castelos e masmorras, lobos maus e dragões e também fadas madrinhas. Depois vão-se aperceber que o mundo é menos colorido, que as personagens que o integram são menos mágicas, ou por outro lado mágicas à sua maneira. Vão descobrir que o mundo não é a rua Diogo Bernardes nem a mãe Uxa e o pai Carlos. Vão descobrir que no mundo há mil e uma ruas mas nenhuma tão bonita como a vossa e que há muitos pais mas que nenhuns deles são tão especias e únicos como os vossos. Vão aprender mais tarde como falar e se expressar, vão conhecer o mundo e as coisas numa perspectiva completamente diferente. Vão chegar à conclusão que o mundo pode não ser tão mágico e cheio de fantasia como os desenhos animados mas que é bem melhor que isso porque é palpável, visível e a sua fonte de maravilhas é praticamente inesgotável. Vão aprender também que há pessoas boas e pessoas más e que nem tudo é tão cor-de-rosa como parecia ser. Vão aprender (e nem sempre compreender) que há pessoas que gostamos que nos magoam e que por vezes por muito que amemos alguém acabamos, inevitavelmente, por fazer algo de mau a essa pessoa. Vão aprender que somos pessoas, que não somos perfeitos mas que é isso que faz de nós tão interessantes e curiosos seres. Vão aprender que um filme pode mudar-nos a vida, que uma canção nos pode marcar para sempre, que um momento pode apurar todos os nossos sentidos e fazer acreditar que tudo vale a pena. Vão aprender que uma lágrima não é o fim do mundo e que haverá sempre alguém para nos segurar a mão nessas alturas menos boas. Vão aprender que um sorriso vindo do fundo do coração pode alegrar o nosso dia.
Vão também aprender (e saber logo no príncipio dos tempos) que se pode amar alguém sem sequer estar fisicamente perto dessa pessoa, sem sequer a conhecer, que é exactamente como todos nós gostamos de vocês.

Venham depressa bolinhas (mas tudo a seu tempo...) estamos à vossa espera. Não tenham medo, o mundo não é tão mau como parece.

quinta-feira, agosto 23, 2007

dr.house

Ouvi uma teoria sobre a vida: que é uma série de salas onde ficamos fechados com determinadas pessoas. Essas mesmas pessoas vão determinar o rumo da nossa vida. Se nos dão a mão e nos fazem sorrir, se nos olham com crueldade e nos fazem sofrer, se nos abraçam quando mais desejamos o calor de um corpo, se mesmo estando tão longe sofremos a sua influência como se estivessem perto, se nos fazem abrir os nossos horizontes e sonhar com algo superior aos nossos próprios sonhos, se nos contagiam com a suas gargalhadas e nos aquecem suavemente a alma, se nos fazem inocentemente acreditar num mundo que afinal não existe, se nos abandonam quando mais precisamos da sua presença, se estão lá, bem pertinho, quando as coisas pioram de tempos a tempos...no fundo se nos fazem bem ou mal.
Pode-se chamar uma questão de sorte. As aparências enganam não é? Por isso mesmo nunca sabemos quando é que devemos começar uma dada relação com uma pessoa (seja ela de amor, amizade, profissonal ou de qualquer outro tipo) porque ao ínicio a única coisa que temos é uma expressão facial ou determinados tiques. Como é que podemos saber se uma simples pessoa pode adoçicar o nosso dia-a-dia ou pura e simplesmente destruir tudo o que alguma vez tentámos ser? Como é que é suposto protegermo-nos?
É engraçado porque poderia ter muitas respostas para isto como por exemplo os erros nos ajudam a ser pessoas melhores, como o sofrimento nos torna mais fortes...etc etc Mas a verdade não é esta. Sim, acredito que sofrer faça parte do crescimento e mesmo do nosso disfrutar da vida. Mas vamos lá admitir, ninguém merece sofrer por culpa de outra pessoa, isso não é sofrimento, é altruísmo estúpido. As pessoas que nos rodeiam tanto podem dar-nos a mão como olhar-nos com desdém e mesmo que isso não comprometa toda a nossa vida, influencia-nos, muda-nos de algum modo tornando-nos melhores ou piores pessoas.
Sabem que mais? Nunca tive sorte no aleatório. Quero uma sala privada.

sábado, agosto 18, 2007

Fotografia vencedora do World Press Photo 2007.
Continuo sem entender porque é que a maioria das fotos eleitas neste concurso têm de ser de desgraça e destruição. Continuo sem entender porque é que tem de haver caras tristes e expressões desesperadas que nos transmitem sensações de sofrimento e dor. Não tenho grande conhecimento da área mas posso dizer que gosto de uma fotografia que imortalize sensações agradáveis que possam ser revividas vezes sem conta. Por outro lado, o sofrimento também deve ser relembrado numa tentativa de sensibilizar as pessoas para que não se repita. Mas sabem que mais? Continuo a adorar um sorriso desdentado, um olhar malandro ou uma figura cómica, nunca tive muito jeito para lidar com a desgraça...O caminho é pra frente e (se quisermos) a felicidade também.

sábado, agosto 11, 2007

Hoje foi um daqueles dias. Em que penso e repenso, em que medito sobre as coisas mais elementares. Foi daqueles dias de "tédio" que afinal acabam por servir para alguma coisa. Começo a acreditar piamente que tudo acontece por uma razão justificável. Um dia disse inocentemente que o universo é equilibrado. Devo confessar que o afirmei convictamente, com a certeza inocente de uma criança que acredita que vai haver sempre mais um dia de brincadeira. No entanto estas nossas certezas (não só estas mas outras quaisquer) acabam por estremecer nos piores momentos, é típico, é básico, é humano. Mas depois do medo, da mágoa, do sofrimento, depois de se ter batido mesmo no fundo, só há uma solução: respirar fundo, olhar para cima e rir, rir com muita força. Um dia surpreendi-me pelo que consegui ultrapassar. Não o afirmo por me achar forte e corajosa mas porque é mesmo assim que funcionamos, fomos feitos para sobreviver, para lutar e derrubar barreira atrás de barreira.
É verdade, tornamo-nos tão frágeis pelos mais pequenos e mesquinhos motivos: vamos esmorecendo, refugiando-nos dentro de nós mesmos. Mas também é verdade que temos uma capacidade de cura surpreendente que nos torna verdadeiramente especiais e sensíveis ao mundo que nos rodeia...Podemos morrer de tempos a tempos mas já não me sinto tão insegura com esta sentença do destino porque afinal temos a certeza que uma música bonita, umas palavras bem escolhidas, um sorriso, um beijo ou uma expressão familiar vão-nos acordar bruscamente e obrigar-nos a abraçar a oportunidade de viver, de andar por aqui.

quinta-feira, julho 26, 2007

Hoje

Hoje ele levantou-se com inesperada ânsia. Arregalou os olhos avermelhados, contraiu os músculos e apercebeu-se do frenesim inestético que (até hoje) tinha passado despercebido dentro de si. Vasculhou os papéis com escrita apressada, invadiu a loucura, abriu as portas daquele sentimento vazio que habitava lá bem no fundo e que agora teimava em dissolver as barreiras do inconsciente. Talvez um chá quente ou um copo de leite de frio. Talvez um banho relaxante ou uma boa massagem. Talvez até uma conversa aberta, sincera. Não, já nada curava este bichinho inquieto, insistente, insaciável.
Hoje ele levantou-se e abriu a sua alma às palavras soltas. Deixou as formas, as imagens, as linhas, as cores, a simetria, a confusão, a realidade e a ilusão apoderarem-se de todos os seus sentidos. Abriu a mente transbordante, limpando-a por momentos, dispondo-se finalmente a absorver em dimensão total e completa o mundo a negro, de ouvidos bem abertos.
Hoje ele tocou, viu, sentiu, amou cada elemento que o rodeava e acarinhava a cada segundo. Hoje ele pôs os pés no chão e apercebeu-se não só da sua existência mas do toque especial que essa mesma existência tem num mundo que não o seu. Hoje ele sabe. Está vivo.

terça-feira, julho 24, 2007

Sabem quando fazemos uma pergunta qualquer a uma criança e ela simplesmente, com uma expressão muito convicta diz :"porque sim"? Às vezes é mesmo o que me apetece, dizer "porque sim". Afinal tudo tem de ser assim tão confuso, de tão exigida meditação e drama? Tem de haver tantas questões, tantas noites mal dormidas, tantos momentos incertos? A vida tem de ser levada assim tão a sério? Eu cá passo a brincar com o destino. Quero rir com força, com vontade do que se passa à minha frente. Porquê?? PORQUE SIM.

sexta-feira, julho 13, 2007

Quero ir. Quero ficar. Deixar a saudade e levar as lembranças bem entranhadas no corpo, bem aconchegadas na alma... O que quero é deixar um pouco de mim, ir embora, esquecer, e no entanto pra sempre lembrar...


"e agora eu vou-me embora
e embora a dor não queira ir já embora,
agora eu vou-me embora
e parto sem dor."

Sérgio Godinho

terça-feira, julho 10, 2007

"Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.

Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho."


Alberto Caeiro, "Eu nunca guardei rebanhos"


E é assim. Ter aquele desejo de simplesmente não pensar...não só para não se sofrer tanto nos piores momentos, como também para tirar o total partido dos melhores.

Quero Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir Sentir...e não pensar.

domingo, junho 24, 2007

Retirado da Gomes com o pequeno bloquinho à mão, numa daquelas tardes de domingo de conversas e divagações. Aquelas tardes que só nós sabemos:


O café vem assim a ser ao mesmo tempo e em todos os dias do ano, sucessivamente ou à uma, tribunal de costumes, aula de desporto, assembleia política, tertúlia académica, antro conspiratório. Em resumo: feira das vaidades. "Vanitas vanitatum", diz Eclesiastes. As vaidades compram-se e vendem-se em Vila Real, à mesa do café.

Referência óbvia à Pastelaria Gomes, in A. M. Pires Cabral,
Vila Real Itinerário, Vila Real 1988

domingo, junho 10, 2007

são momentos

Chamo-lhes momentos. Estas pequenas amostras de felicidade que parece que param no tempo como acontece nos filmes. Sabem quando se foca a atenção numa determinada cara, num sorriso especial? Ou quando as pessoas, os gestos, os acontecimentos andam em câmara lenta assim para nos fazer aperceber o quanto são importantes e necessitam do nosso forte batimento cardíaco para prevalecerem um pouco mais no tempo?

Há coisas muito más nesta vida, neste mundo mas esta é uma das coisas que me faz sentir bem, que me faz sonhar com algo superior. Os sorrisos que ficam gravados no coração, os olhares que nos irrompem pela alma adentro, os abraços que nos aquecem o espírito, os beijos carinhosos que nos deixam com "pele de galinha", os sabores amargos e doces, os cheiros fortes e leves, as luzes ofuscantes ou fracas, os sons estridentes ou silenciosos, qualquer coisa que nos toque bem fundo e nos faça ficar com a sensação que parámos entre este mundo e outro e que afinal conseguimos retirar algo de fantástico daquilo que fazemos e presenciamos.
Ouvi dizer uma vez "a vida é bela". Assim de vez em quando...acredito.

domingo, maio 27, 2007

estou além

Eternamente insatisfeita. Para sempre tão (ansiosamente) ambiciosa de algo superior. O desejo de querer, a esperança de alcançar, a força que vive e (apenas) sobrevive na nossa essência. Beijar com a alma, amar com os olhos, com os ouvidos, com o nariz, com a boca, com a pele, com os poros, com os membros, com todos e mais alguns sentidos que estabelecem a forte ligação com o exterior. O aperceber que somos todos e só um simultaneamente e que conseguimos estar (muito mais) além. Aquele formigueiro interior, aquele bichinho que habita dentro de mim e me faz querer (de)mais.


"Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só

Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci(...)"

António Variações

segunda-feira, maio 21, 2007

a culpa é da vontade

E finalmente tomo consciência da minha própria existência. Não é que não o soubesse antes, que estou viva e presente, preparada para me diluir no passar dos acontecimentos. Agora sei que posso fazer os acontecimentos em si e não ser uma simples figurante tudo porque a vontade, a energia e a paixão residem dentro de mim, em todos os meus sentidos, e eu posso fazê-los acontecer, modificar, suceder...se assim o desejar.
Sou eu que escrevo o que digo por linhas tortas ou direitas, por versos doces ou amargos. Sou eu que sinto a chuva a escorrer miudinha pela pele ansiosa de calor, sou eu que absorvo o silêncio dentro do meu olhar, sou eu que sorrio ao espelho porque afinal tenho força inegável nas minhas mãos e com ela posso fazer realmente tudo, tudo o que quiser.

domingo, maio 06, 2007

"Só somos jovens uma vez na vida. Não interessa por quanto tempo, interessa é que tenha valido a pena."

E cada vez mais sou apologista desta forma de pensar. Afinal falta-nos vontade de viver. Assombram-nos as crises, preocupam-nos os pormenores, chateiam-nos os acontecimentos inesperados e esquecemo-nos que temos de viver, aproveitar. A juventude, a aventura, o sentimento de que ainda falta tanto pela frente... não pode ser desperdiçado.
E quando acontece algo de mau? Quando as coisas boas são assombradas por situações que as estragam? Então, e como alguém me disse uma vez, não interessa o quanto dura ou como acaba, o que interessa é que tenha sido mesmo bom.

sábado, maio 05, 2007

Hoje decidi ser eu

Hoje decidi deixar de fingir. Decidi deixar de contar histórias, como faria antes para poder explicar como me sinto. Decidi não me esconder atrás personagens controversas e cenários longínquos para, finalmente, me poder aproximar mais de mim mesma. Decidi que não vou ser sempre alguém tao estupidamente feliz, com um sorriso amarelo nos lábios, quando a verdadeira vontade é de gritar a minha raiva. Decidi que de agora em diante não haverá mais desgraça apocalíptica nem o tão desejado paraíso. Decidi que haverá inúmeros sorrisos e abraços, desilusões e viganças, paixões e felicidade, dor e mágoa. Decidi que hoje, mais do que nunca, farei e direi tudo o que quiser e me apetecer porque a verdadeira beleza, o equílibrio entre nós mesmos e o que nos rodeia, reside no expor no nosso ser em bruto. Hoje, sim, decidi ser eu.

terça-feira, maio 01, 2007

o tempo faz-me disto

Sabem quando tudo parece tão indiferente? Não numa perspectiva dramática ou depressiva...mas sim de tédio, de melancolia ligeiramente amarga.
Os olhos concentram-se nas coisas mais elementares, a boca boceja, o nariz suspira aborrecido. O corpo mantém-se estático, as mãos brincam com qualquer coisa ao seu alcance, distraídas, o pé balança de um lado para o outro, de um lado para o outro, fingindo a ocupação inexistente.Tudo por causa duma tonalidade diferente do céu. O tempo faz-me disto.

sexta-feira, abril 27, 2007

Aquela música dos anos 60.
Aquele espírito de liberdade.
Aquela ânsia por algo superior.
Aquela vontade de alcançar o inalcansável.
Aquele desafogo, aquela emoção, por simplesmente respirar as letras revolucionárias que fazem as pálpebras fazerem vénia para o sorriso se abrir em grande, em gesto de concordância com a alma, com o coração.
Quero ser assim: livre, fogaz, viva.

segunda-feira, abril 16, 2007

Ultimamente

Ultimamente tenho visto coisas más. Tenho sentido que tudo pode correr mal. As pessoas podem mesmo fazer de tudo só para conseguirem o que desejam, nem que isso implique magoar quem não tem minimamente a ver com o assunto. As pessoas podem mudar e os sentimentos também. O que à partida é uma coisa que pensamos ser certa, pode mudar de um momento para o outro. Podemos sentir falta de outros tempos...podemos sentir mágoa, tristeza e um enorme vazio, tudo ao mesmo tempo, a consumir-nos por dentro, destruindo tudo o que alguma vez fomos ou que ambicionávamos inocentemente ser. Mas ultimamente não tenho visto só coisas más. Aliás, até tenho visto coisas muito boas. Coisas que me surpreendem, pessoas que me fazem sorrir só por estarem ali, a olharem-me de relance. Ultimamente tenho sentido que tudo pode correr bem. Ultimamente têm me telefonado, têm se preocupado, têm-me feito rir, têm-me contado histórias, têm-me revelado segredos...ultimamente olham-me nos olhos e dizem-me o que sentem, ouvem as minhas lamúrias horas e horas mesmo quando a altura não é a melhor...ultimamente dizem-me a verdade mesmo quando lhes dói tanto saber que me vai magoar. Ultimamente vemos a chuva a cair, fria, na noite escura, ultimamente ouvimos aquela canção de olhos fechados e alma aberta, ultimamente trocamos olhares e sorrimos porque a telepatia é só nossa, ultimamente abraçam-me quando preciso, ultimamente zangam-se e fazem-me amuar...Assim, só ultimamente, têm sido tudo para mim.
Ultimamente tenho-me apercebido que a felicidade não é um estado de espírito mas sim aquelas coisas pequeninas do dia-a-dia que acabamos por não aproveitar devidamente...Ultimamente tenho tentado ser feliz...e eles ajudam, bastante.

segunda-feira, abril 09, 2007

"onde começas não é necessariamente onde acabas"

eles dizem...eu (inocentemente) concordo

domingo, março 25, 2007

Nunca conhecemos nada nem ninguém, assim verdadeiramente. De facto, cada vez acredito mais que estas ligações que estabelecemos uns com os outros são uma forma inocente de mostrarmos o quanto necessitamos de algo seguro, que nos prenda aos sitios, que nos faça ficar por cá, tendo um motivo certo. São desculpas para nos sentirmos melhor. Desculpas incertas, promessas furadas.
Mas continuamos a acreditar porque afinal não há outra solução. Continuamos a sofrer porque não existe outro caminho. Só a solidão. Para mim não dava, não me suporto.
“well, i’m ready to fly… but I ain’t got wings…”



Perde e volta a reaver. Erra e acerta em cheio. Escolhe e altera. Pára e avança. Mostra que só tu escolhes o teu destino e pelo menos desta vez, esquece que a tristeza existe. Desafia-te a ti mesmo a fazeres algo difícil, custoso mas fantástico porque foste tu e apenas tu que o conseguiste. A melhor parte? Se não conseguires agora, podes sempre tentar outra vez. Ninguém te julgará ou culpabilizará por não o conseguires e se houver um “alguém”, esse alguém serás tu mesmo.
A parte boa de um objectivo só teu? Podes alterá-lo quando quiseres. Criá-lo, construi-lo, imaginá-lo, desprezá-lo, destrui-lo, moldá-lo, mas agir de algum modo, nunca ficando indiferente.
Aquela música, aquele olhar, aquela imagem, aquele sorriso, aquele toque, aquela palavra, aquela sensação, fazem-te sentir o corpo vibrar, expectante? Então, corre, larga tudo, segue o teu rumo e não olhes para trás… a viagem ainda agora começou.

sexta-feira, março 16, 2007

as mil e uma coisas que odeio em ti

Vá la, vamos admitir: não somos perfeitos, não evitamos o ódio,a dor, a mágoa nem o sentimento de vingança.
Soltar as emoções, deixar correr os sentimentos, mesmo que estes não sejam os mais louváveis... o que interessa é que sejam verdadeiros. Nem tudo tem de ser bonito, nem sempre tem de ser tudo a cores florescentes.
Não faz mal odiar de vez em quando. Ser tão são e consciente às vezes torna-se insuportável.

terça-feira, março 06, 2007

"A verdade é que a compaixão e a crueldade podem viver, lado a lado, no mesmo coração."

Nunca acreditei que existisse maldade, assim no verdadeiro sentido da palavra. Como nos filmes ou desenhos animados que há sempre um mau da fita. As pessoas têm características diferentes: algumas qualidades e outros tantos defeitos que podem chocar ou não com as nossas próprias singularidades. Por exemplo se para nós a competência é uma qualidade essencial, então uma pessoa que tenha uma postura mais relaxada e de certo modo preguiçosa, vai ser para nós imediatamente designada como "má" ou "menos boa"; muito provavelmente o facto de ser preguiçosa não lhe elimina o resto das qualidades mas isso simplesmente choca com o facto de (neste caso) a competência estar no topo dos nossos princípios, daquilo em que acreditamos. Julgamos a pessoa a partir de quem somos e não a partir de quem realmente é.
Para vivermos bem e harmonia com aqueles que nos rodeiam temos de nos consciencializar que cada um é como é, mas acima de tudo temos de aprender a lidar com o facto de que não há impossíveis, de que a perfeição não existe porque afinal toda a gente é capaz de tudo.

domingo, fevereiro 25, 2007

Sonhar...acordado

Dizem que os sonhos têm significados. Que reflectem os nossos medos e ânsias, os nossos desejos, ambições e até os nossos mais secretos pensamentos dos quais nem nós próprios temos conhecimento. Dizem os peritos que até o sonho mais estranho, tem o seu significado lógico, traduzindo o que sentimos naquela altura da nossa vida ou que ficou armezenado dentro de nós durante muito tempo e só agora está ser revelado subitlmente, aos poucos...
Eu digo que os sonhos são, não uma fuga da realidade, mas parte dela. É que não sonhamos para fugir do presente, do pálpavel, do seguro. Sonhamos para percebermos melhor a realidade. É que nos sonhos, quando divagamos sem propósito, apercebemo-nos do que realmente é importante e daquilo que é secundário melhor do que no dia-a-dia quando reflectimos seriamente sobre essa questão.
Já que estamos numa de sonhos: Tomás nunca andes a fazer equilibrismo num fio de electricidade...!

sábado, fevereiro 24, 2007

Aprender a errar

Aprender a mudar. Não tudo, não radicalmente... Melhor do que mudar, aprender a moldar quem somos conforme as situações. Não, não chamo a isto falta de carácter, penso que é uma boa capacidade de adaptação. Se formos demasiado intransigentes e rígidos relativamente aos nossos pensamentos, objectivos, nunca seremos capazes de enfrentar situações que venham a contradizer de algum modo a maneira como vemos o mundo. Neste nosso mundo, cheio de coisas fantásticas que contrastam com acontecimentos e factos horripilantes, temos de nos tornar, nós mesmos, numa espécie de contradição. Temos de estar constantemente dispostos a aprender, a assimilar. São as situações, os acontecimentos, as pessoas com as quais chocamos no decorrer da nossa vida que fazem de nós quem somos ou que antes nos fazem ser quem queremos ser. Ou somos suficientemente tolerantes para nos deixarmos influenciar pelas situações, retirando sempre uma espécie de "lição" que nos torna mais fortes, mais maduros, ou então escondemo-nos, receamos as novas experiências e permanecemos sempre iguais no sentido em que não nos apercebemos dos nossos erros porque na verdade temos medo de os cometer. E quando não ser erra, não se aprende.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007


sim... já são eles.
Duas bolinhas cheinhas de alegria, risos, beijinhos, carícias e até birras e choros. Mas acima de tudo duas bolinhas que nos vão mudar a vida em todos os sentidos.
Mudar-nos, preencher-nos, completar-nos.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007


Queridos

Desejados

Protegidos

Ambicionados

Acarinhados

Beijados

Abraçados

Apreciados

Contemplados

Amados...


Desde do ínicio.


Não, ainda não são eles... só me queria sentir mais perto do que vem aí. Não percebo, não vejo nada, não distingo formas nem cores...Mas agora é mágico, será possível?

quarta-feira, fevereiro 07, 2007


se um dia os tiver, quero que sejam assim... apreciadores de música desde o ínicio.

'Dots Obsession - Love Transformed into Dots', da artista japonesa Yayoi Kusama em Munique, na Alemanha.
Há coisas assim, simples, que nos fazem esquecer de tudo. Tudo mesmo. Acho que às vezes só precisava de uma sala cheinha balões como estes para poder esquecer que penso sequer...Pensar cansa, sabiam?

domingo, fevereiro 04, 2007

Aborto

Ou se mata uma vida inocente, que não nunca saberá o que é estar aqui:
sorrir
viver
acordar
sentir
ver o nascer do sol

Ou se destrói o caminho de alguém que cometeu um erro

Ou se abre alas a uma vida miserável sem destino:
dor
sofrimento
mágoa
desprezo
raiva
cólera


A vida, a morte, ou a desgraça?

Caberá a nós tomar tais decisões e brincar de "Deus"?
Ou será mesmo a altura de fazermos alguma coisa em vez de vermos as coisas acontecerem perante o nosso desinteresse?


difícil, muito difícil.....................

Que

Que me arrebate. Que me alucine. Que me faça sonhar, que me faça querer. Que me inspire a ser melhor, que me incite a alcançar mais. Que me faça sorrir, que me deixe feliz. Que seja assim, o que nunca sonhei. Que me dê a mão, que me olhe de relance, que me fale de tudo, que não me diga nada. Que me proteja sempre, que me abrace com força, que me deixe assim, querendo mais. Que me diga que não, que me faça querer que está tão longinquamente perto. Que não me magoe, que não me faça chorar. Que me surpreenda, que me mostre o que nunca vi. Que me descubra, que me procure, que me queira, que me faça ser quem sou. Que me arrebate, que me alucine, que me diga em nada o tudo com um simples olhar. Que seja assim, o que nunca sonhei.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Basta uma música. Basta um olhar. Basta um sorriso. Só para mudar o dia e aperceber assim, dum momento para o outro, que afinal o sol estava só escondido.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

E vai, e vem. E os acontecimentos passam, e a vida corre, os sorrisos depressa se dissipam, os abraços rapidamente deixam de ser sentidos, as palavras subitamente deixam de fazer qualquer sentido. As metas deixam de ser uma ambição, os passos perdem o seu destino, o olhar não mais nos guia, o raciocínio já não mais serve para orientar mas sim para confundir…É tudo negro, é tudo triste. Lembro-me vagamente que ainda hoje havia sol… mas porquê?