quinta-feira, março 26, 2009

(de)lite

Acho piada a essa cambada de pseudo-intelectualóides que gosta de falar por meias palavras, em tom arrogante. Dizem umas piadas, elaboram frases complexas e incompreensíveis, deixam umas pistas aqui e ali na tentativa de demonstrarem o seu elevadíssimo Q.I., aah e claro espalham sempre por onde passam, um certo desinteresse artístico. São inteligentes de nascença, "cool", têm gostos estranhos, um estilo no mínimo peculiar e detestam os meros mortais. São alienados do mundo, por vezes antipáticos e transpiram um charme que só eles percebem. Já qualquer pessoa esbarrou com uma criatura destas.
Eu não os compreendo acho que são simplesmente irritantes.

sábado, março 21, 2009

esta noite improvisa-se!



Tal como a peça, a partir de agora decidi improvisar. Não pensar grande coisa, não me cansar, apenas improvisar. Largar a máscara ou, talvez, pegar noutra. Deixar uma parte de mim ou, quem sabe, reinventá-la.
Esta peça é inspirada na obra revolucionária de Luigi Pirandello de 1921. Já agora, fica aqui a manifestação de agrado pela peça em si que, creio, deveria ter-se empenhado (ainda mais) no improviso.

terça-feira, março 17, 2009

"dois"



Agora, já gritam os dois "Mané" constantemente e com quase perfeita dicção. Não é pra me gabar, mas (e é um dado adquirido) são absolutamente irresistíveis.

domingo, março 08, 2009

Já te disse para parares. Tira os dedos da boca, ainda vais fazer ferida. Porque é que continuas a pensar na mesma coisa, já não passou? Então pára de remoer as mesmas coisas, estás a deixar-me enjoada sempre com a mesma conversa. Tira daí a mão, não vais alterar o som na televisão outra vez, pois não? Essa paranóia é ridícula. A verdade é que fazes sempre as mesmas asneiras, já era hora de teres aprendido. Afinal, de que é que tens medo? Estás sempre assim por qualquer coisa, é um bocado irritante. Esse poder de acumulação então, deixa-me com os nervos em franja. Estás triste, chateada? Azar. É tudo mimo. Levanta-te. Recompõe-te. Deixa de ser fraca e faz alguma coisa em vez de te encravares nesse processo de auto-comiseração. Já era hora de parares de fazer birra, pareces uma criança. Sentes-te sozinha? Temos pena, todos têm problemas. Achavas que ias estar sempre rodeada de gente? Que ia ser sempre tudo igual? As coisas mudam, a vida é assim e esses clichés todos. E para que interessam os porquês? Para quê saber as razões? Afinal porque é que queres continuar a pensar em coisas que já estão resolvidas? 'o que não tem remédio, remediado está', era assim qualquer coisa parecida. Se já decidiste o que queres porque é que pensas no resto? Ah e pára de tirar o fiambre do pão, as pessoas olham.

quarta-feira, março 04, 2009

Há dias

"Há dias em que só pensamos no futuro. E dias em que temos saudades de quase tudo"

Eles olham para as ilustrações, apontam e balbuciam palavras sem sentido. Eu leio em tom teatral e deixo frases a meio. Tarefas de tia. A ler, repetidamente, livros de crianças, folheados à pressa, algumas frases ficam na memória.