domingo, fevereiro 24, 2008

"Juno"

É incrível como uma série de imagens bem conjugadas, umas palavras agradáveis e uma música bem escolhida podem realmente mudar, nem que seja apenas por breves instantes, a maneira como nos sentimos e até o modo como pensamos. É incrível como hoje em dia olhamos para um filme: como se fosse a ocasional captação da realidade; e por outro lado olhamos para a realidade numa perspectiva cinematográfica: os dramas, os olhares, os momentos parados, as imagens que ficam gravadas cá dentro.
Confundimos dois mundos propositadamente (ou não), porque queremos, porque desejamos, porque podemos. Porque podemos mudar de pessoa, de pele e até de mundo...





"You're a part time lover and a full time friend
The monkey on you're back is the latest trend
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

I kiss you on the brain in the shadow of a train
I kiss you all starry eyed, my body's swinging from side to side
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Here is the church and here is the steeple
We sure are cute for two ugly people
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

The pebbles forgive me, the trees forgive me
So why can't, you forgive me?
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

I will find my nitch in your car
With my mp3 DVD rumple-packed guitar
I don't see what anyone can see, in anyone else
But you

Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu
Du du du du du du dudu du

(...)"

The Moldy Peaches

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

"Malmequer, Bem-me-quer"

Vou sempre olhar-te assim como se pudesse ter-te para sempre só para mim. Vou sempre querer-te bem perto, abraçar-te quando tudo estiver a correr mal. Vou sempre desejar o teu toque apenas para imaginar que tudo pode correr bem. Apesar de saber que nunca te poderei tocar (aliás isso seria o fim de nós dois). Vou sempre ter-te. Beijar-te às escondidas na escuridão do meu pensamento. Vou sempre entrelaçar com força e carinho as minhas mãos atrás das costas, só para imaginar que uma delas é a tua. E apesar de sempre sabermos que nada disto se vai concretizar de verdade, num mundo real de tons escuros, tu farás exactamente o mesmo, com um sorriso nos lábios, porque também o sentes dentro de ti.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

o sentido

Imaginem só: uma sala escura, de fundo negro repleta de televisões que aparentam estar suspensas no ar; televisões essas que mostram, passo a passo, o eclipse da lua. É verdade que por esta altura devia dizer o senti, os pensamentos que me ocorreram, devia expressar uma opinião no mínimo artística. Devia ter pensado algo verdadeiramente inteligente. Na verdade o que senti não foi o vazio do negro da sala (que nesta altura era o meu pequeno/grande mundo) que me preenchia, nem o universo, ou a grandiosidade absoluta do infinito. O que senti foi apego à imagem, deslumbramento, felicidade inocente de uma criança. Não foi pensar, nem reflectir, não foi divagar sobre objectivos e propósitos, foi sentir. Foi deixar um mundo atrás daquela porta (deixar medos, mágoas, ânsias e até alegrias e desejos) e entrar noutro, onde de facto já estou, mas nunca me apercebo. Foi por segundos sentir calma, paz. Foi assim, sentido de realidade, que sabe bem.