sexta-feira, março 07, 2008


Ás vezes gostávamos quiçá de ser infelizes. Infelizes para sentirmos a genialidade que advém desse enorme sentimento de mágoa, incrível dor e sofrimento. Parece um pensamento ridículo este de querer ficar triste, não é? Mas acima de tudo é um desejo maior que nós de podermos sentir cada fibra do nosso corpo, cada pontada na alma...o sentimento que mais nada resta, apenas a dor, apenas a raiva, apenas a arte.



"Espero que a saída seja feliz, e nunca mais voltar cá."
Frida Kahlo




segunda-feira, março 03, 2008

A borboleta

Lembro-me de tardes de Primavera. De perdida no relvado verde que parecia tao enorme, na altura, tão cheio de tudo, apanhar borboletas. Apanhar borboletas e aprisioná-las nas mãos em forma de concha. Absorver a sua cor, alegria, paixão, saborear e sorrir à conta da sua vida. Hoje em dia apetece-me fazer isso, de tempos a tempos. Aprisionar sensações deliciosas, encantadoras, vibrantes, nas palmas das mãos. Agarrá-las com força e soltá-las lentamente, soprar-lhes devagarinho, de olhos fechados e peito inchado porque assim consigo, assim sim.