domingo, março 28, 2010

miradouro



Hoje Lisboa acordou em tom bastante primaveril. O miradouro de São Pedro de Alcântara estava cheio de luz, que reflectia nas casas pequeninas, empoleiradas, lá ao fundo, barulho de tambores (não cheguei a perceber bem de onde vinha)e cheiro a calor, bom tempo e férias.
Outros dias, são assim.

domingo, março 21, 2010

assim é hoje

Tivemos esta conversa várias vezes mas eu abstive-me de qualquer comentário (porque simplesmente não queria pensar no assunto, nem sequer admiti-lo como provável realidade); mas ela tem razão. Estamos sempre sós. Com os nossos pensamentos,opiniões, com as nossas imagens do mundo e da realidade, com os nossos sentimentos, desesperos, anseios e paixões. Estamos sempre sós. E é, de facto, dou-te razão, desesperante pensar que qualquer coisa que eu diga, que queira explicar ou expressar nunca poder passar (inteiramente) como desejo porque é impossível, porque não podemos exprimir por palavras, sons, gestos, arte, pintura, música, ou qualquer outra coisa aquilo que vai cá dentro. E assim permanecemos, sozinhos. E é tão desesperante.
E mesmo agora, neste preciso instante aqui estou eu a tentar explicar algo, a tentar dizê-lo, afirmá-lo da melhor maneira e acabam por sair uma série de palavras que estão bastante longe do que sinto neste momento. E quero dizer tanto e não consigo.
Depressão pós-Erasmus? Ou o vazio do "Fargo" a apoderar-se de mim? (o professor ia gostar). Qualquer dos dois é possível. Neste momento chamo-lhe realidade, nua e crua.

terça-feira, março 09, 2010

neu a la pompeu




Esta era a vista de dentro da biblioteca. No ínicio teve piada: toda a gente ria e batia palmas, tiravam fotos etc. Depois a universidade fechou em tom alarmista e ia caindo un número considerável de vezes até chegar a casa, e aí a neve perdeu um bocadinho o seu encanto.
Ainda falam do aquecimento global. Sim,claro. Nevou em Barcelona.
Mas soube bem o frio e, por alguma razão, fiquei a respirar melhor.

segunda-feira, março 01, 2010

Oh dear Barcelona

Com alguma nostalgia vejo-me a voltar. Sim, para muitos de vocês, que me acompanharam (mesmo de longe) nesta experiência é estranho ouvir (ver) estas palavras. Mas é verdade, como o Variações dizia, com tanta razão, só estamos bem onde não estamos. Tanto que me pergunto, será a vida assim? Estar sempre num constante ir ou voltar? Mas afinal não importa, não é assim tao mau. É um medo, um bichinho inquieto e pequenino que vive cá dentro e às vezes se vê surpreendido com o exterior que o arranca do escuro. Tantas vezes, muito bem surpreendido.


E a verdade, é que levo muito mais do que alguma vez pensei haver perdido, há algum tempo atrás, quando chorava desesperada no avião (a altitude também não ajudou) de abandonar Portugal.

"Lo bueno nunca acaba, si hay algo dentro de ti que lo recuerda"