quarta-feira, novembro 18, 2009

Hoje lembrei-me das tardes que passávamos lá em casa, todos à volta da mesa grande, de madeira escura, a conversar e a ver as corridas na televisão. Todos falavam muito alto e lembro-me, especialmente, da voz dele e do meu pai porque são as duas muito características e porque juntas geravam ainda mais barulho e confusão entre todas as outras vozes. Lembro-me da televisão também estar muito alta e de se ouvir o barulho dos carros a passarem na estrada, sabem aquele som?
Havia sempre comida na mesa, petiscos e coisas que a tia fazia. E lá estava ele outra vez: "aqui podes comer tudo minha querida, não tenhas medo!" Irritava-me tanto na altura aqueles comentários. Depois ria-se, alto. E contava piadas e histórias de outros tempos e eu ficava a ouvir muito atenta, lembro-me que gostava de ouvi-los conversar. E ria-se outra vez, alto. E o riso dele é daquelas coisas que nunca vou conseguir esquecer (ou espero).
Depois o que me lembro também é do cheiro da garagem. Não era só a combustível mas também aos pneus e a outros materiais.
Mas o que me surgiu muito claro (em imagem e som) hoje, foram aquelas tardes. Acho que era Verão (parece-me que sinto o calor). E na quinta fazia muito calor, parecia que tudo parava, até os cães se esparramavam preguiçosos no chão. E agora lembro-me que lhes fazia festinhas no cachaço e dizia: "oh meus cãezinhos".

2 comentários:

afernandes68@gmail.com disse...

Todos nos sentimos muito felizes com o teu nascimento, e mal sabíamos na altura que teríamos sempre todos os motivos para te amar desta maneira tão especial.
Um beijo da tia Guga.

Anônimo disse...

Porque será que presenteias sempre
com "escritos",que fazem eco do lado de cá?!!
Xi GU